17 de março de 2012

Uma "confusão" da mídia que nos serviu de lição e mostrou o poder da amizade!


Quero aqui expressar minha gratidão, a duas pessoas que ontem, foram mais que advogados, mostraram como se procede um verdadeiro amigo, numa situação onde o chão parece te faltar. O episódio ocorrido, foi uma situação super desconfortável, envolvendo a minha pessoa e uma editora lgbt. O pessoal da editora, pediu que eu enviasse um texto para ser publicado em uma revista, o que já aconteceu numa edição anterior, não sei se a moça que ficou responsável para editar o texto queria deixá-lo menor e segundo ela "mais engraçado", mas para minha surpresa (e que surpresa desagradável!), o texto foi modificado, palavras e atitudes que nunca faria em minha vida, tais como: beber bebidas alcóolicas (coisa que nunca curti), falar palavras chulas...foram usadas e quando li o resultado final, me deu uma sensação de mal estar e parecia que tudo que lutei em todos esses anos não só como Drag Queen, mas como militante, tinha ido por água abaixo.
Inel Almeida e Eduardo Moraes, meu muitíssimo obrigado, pela atenção, pelo carinho, por entenderem meu lado e por me conhecerem, saberem que aquilo não era uma atitude condizente a minha pessoa.
Infelizmente, algumas pessoas equivocadas, tem essa visão de uma Drag Queen, que por sermos irreverentes e "loucas" bebemos todas, podemos falar o que quiser e tantas outras coisas mais. Como deve ter sido a imagem que a moça que recebeu e editou o texto deve ter de uma Drag.
A Drag Queen é um ser lúdico, que tem como missão levar alegria e muita diversão, de qualidade, diga-se de passagem, aonde quer que vá e é contratada para animar uma festa. Somos como que um "produto" que o cliente compra e você nunca irá comprar um produto que te desagrade.
Felizmente o que aconteceu e provocou muito mau estar em mim foi resolvido, espero, e serviu de lição:
1- Para que quem está com o poder da comunicação na mão, nunca deturpe o que alguém fala, afinal, se lutamos por uma sociedade que respeita a todos sem distinção, temos que começar de nós mesmos. Ainda mais quando a mídia é LGBT e tem o papel de informar, educar e formar cidadãos de bem. A grande mídia nós decepciona tantas vezes com seus "equívocos".
2- A Drag Queen, por ser um personagem carregado de irreverência, bom humor, visto por muitos como "tresloucada" é um profissional que além de levar humor de qualidade e muita animação onde quer que vá, tem que ter consciência do seu papel de educadora, e olha que ela educa de uma forma lúdica e consegue atingir públicos que a sociedade nem imagina, pois as Drag Queens são admiradas pelas mulheres, despertam o encanto das crianças, consegue quebrar o preconceito machista dos homens e é super bem quista pelos idosos.
Obrigada pelo carinho de todos, estou emocionada com essa manifestação.
O mundo virtual, tem um poder que vocês nem imaginam.

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